Semana passada eu, finalmente, visitei uma exposição super bacana que está acontecendo aqui em Juiz de Fora. Queria ir já há algumas semanas, mas misturou fim de férias e fim de ano e as semanas começaram a ficar bem mais corridas e acabava adiando.
A exposição de fotos chama “Qual é o pente que te penteia” e fica disponível no Espaço Cultural Correios (em Juiz de Fora) até dia de 16 de janeiro. Então, ainda dá tempo de você também conhecer! Corre!
Pelo nome e pela arte de divulgação (que está lindona) eu fiquei mega ansiosa pra visitar logo. Sim, o nome é o título de uma música antiga que você com certeza já cantarolou por aí, mas me diga, você já parou pra pensar o quão preconceituosa essa música é?
“Nega de cabelo duro,
qual é o pente que te penteia?”
Pois é, tem tanta coisa que a gente reproduz e nem se dá ao trabalho de pensar sobre, não é? É aí que mora o perigo, bem aí que mora o preconceito também! Em uma aula sobre Ideologia, meu professor da Pós-Graduação em Mídia, Informação e Cultura da USP (um dos professores mais sensacionais que já pude ter) explicava que o grande lance da ideologia é isso, fazer com que reproduzamos discursos preconceituosos, machistas, homofóbicos sem questionar, ou sem ao menos hesitar.
No entanto, quando nos damos conta da existência disso, dessa consciência social que impregna a gente, por mais que um pensamento preconceituoso ou machista percorra nossa cabeça, a gente começa questionar. E desde então, eu me questiono sobre músicas, filmes, livros e ditados populares (esses são terríveis).
Certo, mas pra quê tudo isso? Bom, porque a exposição está linda. Todas 38 fotos de mulheres negras com seus cabelos crespos, com dreads, tranças, turbantes ou mesmo com black power são maravilhosas.
E enquanto eu admirava cada foto eu só conseguia pensar no quanto o padrão de beleza é excludente e sem maior sentido. Quem disse que a mulher negra não é linda? Que disse que ter tranças e dreads não pode ser maravilhoso?
Tem todo um contexto histórico e social nessa luta, mas vale lembrar a gente a aprende. A gente pode mudar discursos, podemos parar de reproduzir falas que colaboram com tudo isso.
Então, para 2016 ficam aí duas metas: visitar essa exposição maravilhosa e se questionar mais sobre todas essas falas prontas que temos em nossa cabeça, ok?
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